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O Porto de Aqaba: A Porta Azul da Jordânia para o Mundo
Pouca gente se dá conta, mas a Jordânia tem só uma estreita saída para o mar — e é justamente ali que está Aqaba, a única cidade portuária do país. Esse pedacinho de terra espremido entre Israel, Arábia Saudita e o Mar Vermelho é, ao mesmo tempo, antigo, estratégico e encantador. Aqaba é aquele tipo de lugar que já foi palco de impérios, ponto de descanso para caravanas no deserto e, hoje, é parada de cruzeiros e entrada para uma das maravilhas do mundo: Petra. Mas antes de correr pra Petra, vale a pena respirar o ar seco e salgado de Aqaba e entender o que faz dessa cidade muito mais do que um simples porto.
ORIENTE MÉDIOJORDÂNIAAQABAMAR VERMELHO
The Roaming Purser
3/1/20255 min read


Aqaba, Jordânia
A história aqui é densa. A região já era habitada há mais de quatro mil anos e, por sua posição estratégica, sempre foi desejada. Passaram por aqui egípcios, romanos, otomanos… e, durante a Primeira Guerra Mundial, foi palco da famosa Revolta Árabe — lembra de "Lawrence da Arábia"? Pois é, Aqaba tem esse tipo de bagagem. A fortaleza ali na beira-mar é testemunha viva desses tempos. Hoje em dia, o porto é vital para a Jordânia, já que praticamente tudo que entra ou sai do país por via marítima passa por aqui. Sem ele, o país ficaria praticamente isolado comercialmente.


Chegando a Aqaba de navio: O que esperar
Chegar a Aqaba de navio é uma experiência em si. Quando o navio se aproxima da costa, o primeiro impacto é visual: o azul profundo do Mar Vermelho contrasta com as montanhas avermelhadas que se erguem no horizonte. Não é exagero dizer que parece um cenário de filme — meio marciano, meio mágico. Aos poucos, a silhueta da cidade aparece. Pequena, mas vibrante, com minaretes se destacando no céu e uma calma que já prepara a alma pro que vem depois.
O desembarque costuma ser tranquilo. O porto é relativamente moderno, com uma estrutura simples, mas funcional. Os oficiais são cordiais, e a sensação de segurança é imediata. Dá pra perceber que o turismo está crescendo, mas ainda tem um charme de cidade pouco explorada. Isso, aliás, é um dos maiores encantos de Aqaba: ela ainda não foi engolida pela superprodução turística que a gente vê em outros destinos da região.
A primeira impressão que se tem ao pisar em solo jordaniano é de uma mistura entre calor e acolhimento. O clima é seco, o sol é forte, mas o vento do mar ajuda a refrescar. Do porto até o centro da cidade é um pulo. Em poucos minutos, você já está vendo os mercados locais, os cafés com narguilé e os vendedores sorridentes oferecendo desde doces típicos até bugigangas com a face do rei.
Dá pra explorar bastante coisa a pé, principalmente ali pela orla. O calçadão que acompanha a costa é agradável, cheio de palmeiras e vistas incríveis do mar .


O Que Fazer em Aqaba ao Chegar de Cruzeiro
Para quem chega em Aqaba vindo de cruzeiro, a cidade oferece uma série de experiências que cabem perfeitamente numa parada curta — daquelas que deixam lembrança boa e fotos incríveis.
Uma das visitas mais interessantes é ao Forte de Aqaba, um símbolo histórico que já viu impérios, revoluções e transformações ao longo dos séculos. Apesar de discreto por fora, o forte guarda memórias da famosa Revolta Árabe e do período otomano, e fica pertinho da praia. Caminhar por ali é como abrir um capítulo vivo da história da Jordânia — tudo em meio a palmeiras e com o mar ao fundo.
E se a ideia for aproveitar o lado natural da cidade, o Mar Vermelho é um espetáculo à parte. A água cristalina revela corais, peixes coloridos e uma biodiversidade riquíssima, mesmo próximo à costa. Viajantes que desembarcam do cruzeiro encontram facilmente opções de passeios de snorkeling ou mergulho com cilindro, operados por guias locais experientes. É tudo muito prático: o transporte, os equipamentos, o suporte… até quem nunca mergulhou consegue experimentar esse mundo subaquático incrível com segurança.
Já quem prefere explorar o lado mais cultural da cidade, o souq de Aqaba é uma parada imperdível. É um mercado vibrante, cheio de barracas de especiarias aromáticas, frutas secas, doces típicos, artesanato e tecidos bordados. O ambiente é acolhedor, com comerciantes simpáticos que adoram conversar, contar histórias e trocar sorrisos com os visitantes. É o lugar perfeito para sentir o espírito local, tirar boas fotos e até encontrar lembrancinhas autênticas a preços bem acessíveis.
Além disso, muitos restaurantes e cafés ao redor do centro servem pratos típicos deliciosos, ideais para quem quer provar os sabores da Jordânia logo na chegada. Um falafel fresquinho, um shawarma bem temperado ou até um prato de frutos do mar com toque árabe completam a experiência com chave de ouro.
Aqaba pode parecer pequena à primeira vista, mas oferece exatamente o que um viajante de cruzeiro precisa: um mergulho na cultura local, experiências únicas e uma recepção calorosa. Tudo isso antes mesmo de seguir rumo ao grandioso espetáculo de Petra.


Clima e Temporada de Cruzeiros em Aqaba
Aqaba é, sem dúvida, uma das paradas mais agradáveis da Jordânia em termos de clima — especialmente se você estiver vindo de Petra ou do deserto. Por estar ao nível do mar e banhada pelo Mar Vermelho, a cidade costuma ser mais quente, mas também mais úmida e suportável do que as regiões montanhosas do interior. Enquanto Petra pode surpreender com ventos gelados e variações bruscas de temperatura, principalmente no começo e no fim do dia, Aqaba mantém um calor constante, suavizado pela brisa marítima. Essa diferença é sentida logo na pele.
A temporada de cruzeiros costuma acontecer nos meses mais amenos — de outubro a abril — justamente quando o clima está mais equilibrado. Durante esse período, o sol é generoso, mas o calor ainda não sufoca. É quando caminhar à beira-mar, visitar o centro histórico ou simplesmente observar o movimento no porto se torna uma experiência prazerosa. Fora dessa janela, os meses de verão podem ser intensos, com temperaturas que facilmente ultrapassam os 40 °C, o que deixa as caminhadas mais cansativas e limita um pouco as explorações em terra.
Por isso, para quem viaja de navio, Aqaba acaba sendo uma ótima introdução à Jordânia — não só pela localização estratégica, mas também porque oferece um primeiro contato com o país sem aquele impacto climático que Petra pode causar. É uma chegada suave, ensolarada e com o mar sempre por perto.


E assim vou me despedindo de Aqaba, essa cidade acolhedora que me recebeu com sol, mar e uma calma que não se encontra em qualquer porto. Gostaria de ter tido mais tempo para explorar com calma, mas só o trajeto rumo a Petra, passando por Wadi Musa, já deixou claro: esse porto não é só uma parada — é uma recepção calorosa, uma entrada aberta para quem vem descobrir a Jordânia. Aqaba não é uma cidade luxuosa nem faz alarde, mas tem algo que me marcou: ela espera seus viajantes de braços abertos. E ali, onde o mar encontra o deserto, começa o caminho para um dos lugares mais fascinantes do mundo. Petra vem aí.
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Navegar é viver — e viver pra viajar é a melhor forma de viver.
Este é o diário de uma ex-purser que ainda escreve como se estivesse no mar.
Compartilho experiências, não verdades absolutas — cada porto é único pra cada viajante.
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