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Sarandë: O Porto de Entrada para o Grande Olho Azul da Albânia
Uma escala surpreendente, com paisagens que alternam o árido e o exuberante, ruínas históricas e uma das maravilhas naturais mais impactantes que já presenciei: o Blue Eye. Neste artigo, compartilho meu dia completo em Sarandë, com impressões sinceras sobre a cidade, o trajeto até a nascente mágica, o castelo no topo da montanha e tudo o que você precisa saber para aproveitar esse destino que, aos poucos, conquista seu espaço nas rotas de cruzeiros pelo mar Jônico.
EUROPAALBÂNIASARANDËMAR JÔNICO
The Roaming Purser
3/4/202516 min read


Quando o Inesperado Encanta: Meu Encontro com Sarandë
Sarandë nunca esteve nos meus planos. Não fazia parte dos meus mapas de sonho, nem era um nome que despertasse qualquer expectativa. Mas, como tantas outras surpresas que o mar me deu, foi justamente essa ausência de expectativa que abriu espaço para o encantamento.
Estive em Sarandë duas vezes — e, em ambas, saí impressionada. É aquele tipo de escala que, à primeira vista, parece discreta, mas que se revela com generosidade a quem escolhe explorá-la com calma. Um destino que pede os pés no chão, os olhos atentos e a mente livre de pressa.
Ainda fora do radar dos portos mais populares do mar Jônico, como a vizinha Corfu, Sarandë é uma joia que merece atenção. Se o seu navio atracar por aqui, não hesite: desembarque. Há belezas que não se percebem da varanda da cabine.
Ao longo deste texto, compartilho com você minha experiência nesse destino albanês que me impressionou profundamente e que, sem dúvida, merece um lugar de destaque no mapa de qualquer viajante.
Onde fica Sarande?
Sarande está localizada no sul da Albânia, às margens do Mar Jônico. Em dias claros, é possível avistar a ilha de Corfu do outro lado do mar, quase como se fosse uma extensão da paisagem. A língua oficial é o albanês, mas em áreas turísticas e no comércio local, o inglês dá conta do recado. E, como a gente que é do Brasil sempre acaba puxando conversa e fazendo questão de dizer de onde veio — você sabe como é —, não foi raro escutar alguma tentativa simpática de português. Um gesto simples, mas que revela o quanto os albaneses recebem bem quem chega pelo mar.


Chegando de navio
O desembarque em Sarande costuma ser feito por meio de tenders (barquinhos auxiliares), já que a maioria dos navios de cruzeiro fundeia próximo à costa, sem atracar diretamente no píer. O trajeto até terra firme é curto, e, geralmente, há boa organização por parte da tripulação local para embarque e desembarque.
Uma vez em terra, bastam cerca de 5 minutos de caminhada para chegar ao centro de Sarandë. A distância é curta — aproximadamente 300 metros — e o trajeto é totalmente plano. Ir a pé é a melhor escolha: já no caminho, a orla revela cafés, restaurantes e aquele charme que faz a gente desacelerar e observar.
O que fazer nos arredores do porto
Logo ao sair do desembarque, há lojinhas de souvenirs, agências oferecendo passeios e algumas barracas com produtos locais. Mas o grande destaque mesmo está além: se você tiver tempo suficiente, vale muito a pena fazer um passeio até o Blue Eye (Syri i Kaltër), uma nascente de águas cristalinas e profundidade impressionante, cercada por vegetação exuberante. Um daqueles lugares que fazem você se perguntar como algo assim pode ser real.
Também é possível explorar as ruínas arqueológicas de Butrint, Patrimônio Mundial da UNESCO, a cerca de 30 minutos de Sarande. Um mergulho na história albanesa e um contraste curioso com o cenário costeiro ao redor.
O centro de Sarande
A cidade é pequena, mas simpática e viva. O calçadão à beira-mar é o coração de tudo, com restaurantes, cafeterias e lojinhas convidativas. A culinária local surpreende: sabores mediterrâneos com um toque albanês — simples, frescos e autênticos. As praias têm águas claras e um visual que remete às ilhas gregas, com menos aglomeração.
Caminhar pelas ruas de Sarande, observando o cotidiano, sentindo o cheiro de pão recém-assado e ouvindo a música que vem dos pequenos bares, é um jeito delicioso de conhecer mais sobre o lugar — e talvez, como eu, se encantar sem aviso.
Sarande pode não estar nas listas dos destinos mais badalados, mas é justamente por isso que ela cativa. Uma beleza serena, escondida entre montanhas e mar. Um porto que entrou silencioso no meu roteiro — e ficou gravado com força na memória.


Explorando Sarandë: Um dia inesquecível entre paisagens e surpresas
Rumo ao Blue Eye
Foi numa dessas escalas que a gente não planeja muito, mas acaba marcando. Dividi um táxi com três colegas do navio para explorar o que Sarandë oferece de mais emblemático: as ruínas arqueológicas e o Olho Azul — o famoso Blue Eye. Saímos cedo, com aquele entusiasmo tranquilo de quem não sabe bem o que esperar, mas está disposto a se surpreender.
Do porto até a entrada do parque do Blue Eye são cerca de 22 quilômetros, e o trajeto de carro leva aproximadamente 30 a 35 minutos. Assim que deixamos o centrinho da cidade, o cenário começou a mudar. A paisagem foi ganhando força. Montanhas imponentes se erguiam à nossa frente, moldando curvas dramáticas contra o céu seco e limpo. As cores da terra, áridas, queimadas pelo sol, contrastavam com o verde tímido que resistia por ali.
Durante o trajeto, impossível não notar os sinais da realidade local. Trechos inteiros da estrada revelavam famílias vivendo em tendas improvisadas, quase à beira do asfalto — um lembrete silencioso das dificuldades econômicas enfrentadas por muitas pessoas na Albânia. Ainda assim, a viagem seguiu calma. Sem trânsito, sem tumulto. Em pouco tempo, já não se via mais o mar — nem o navio ao fundo. Estávamos completamente imersos em outro cenário.


O impacto do Blue Eye
O Blue Eye está dentro de uma área preservada, um parque natural onde a natureza reina quase absoluta. Há algumas estruturas construídas, mas a maioria parece estar abandonada ou fechada. O nosso motorista — que acabou sendo muito mais que apenas um motorista — nos guiava com entusiasmo, explicando cada trecho, cada curva, como se abrisse as cortinas de um teatro natural.
Depois que você entra no parque, ainda precisa seguir a pé por um trecho de cerca de 1 a 1,2 km (caminhada leve, por estrada de terra) até finalmente chegar ao ponto exato do Blue Eye. E vale cada passo.
Chegar ao Blue Eye é ser surpreendido. A clareza da água é absurda. O tom de azul parece impossível, como se alguém tivesse aumentado a saturação da vida real. Dá vontade de mergulhar, claro — mas não é permitido. A água é gelada e o poço é profundo, nascendo de uma fonte subterrânea ainda misteriosa. Há algo de mágico naquele olho d’água. A sensação é de que ele te observa, devolvendo o olhar com profundidade. A cada clique da câmera, o azul hipnotiza de novo. É o tipo de lugar que a gente precisa ver com os próprios olhos para entender.
Há pequenas pontes e caminhos ao redor que permitem observar o fluxo da água cristalina de diferentes ângulos. Pela manhã, quando estávamos lá, o movimento era tranquilo. Quase não havia turistas, também era uma terça-feira. A maioria das pessoas pareciam ser locais, aproveitando o silêncio e a energia do lugar antes das excursões do navio começarem a chegar.
Que eu me lembre, não pagamos nada para entrar no parque — a entrada era gratuita. Nosso único custo foi o transporte, e sinceramente, valeu cada centavo. Ter ido por conta própria deu liberdade ao passeio e um ritmo mais autêntico.


O Blue Eye: um espetáculo da natureza, mas intocável
Ao chegar ao Blue Eye, o impacto visual é instantâneo. O lugar tem uma aura mágica, com suas águas cristalinas e de um azul profundo, como se uma correnteza misteriosa brotasse do fundo da terra. Mas, apesar da tentação de mergulhar nesse cenário fascinante, há uma regra muito clara que todos devem respeitar: a água do Blue Eye é protegida, e é totalmente proibido nadar nela.
A razão para isso é simples: o Blue Eye é uma nascente natural com uma grande importância ecológica. A água que jorra dali é uma das mais puras do mundo e tem um fluxo impressionante, que alimenta o rio perto dali. Para preservar o ecossistema único e frágil, o acesso à água é restrito. Não se trata apenas de preservar a beleza do lugar, mas também de garantir a sobrevivência de espécies endêmicas que habitam a área.
E, interessante notar que nem mesmo os moradores locais entram na água. Eles respeitam essa restrição, entendendo a importância de manter o Blue Eye intocado. O local é sagrado para eles, tanto em um sentido ambiental quanto cultural. É uma maravilha natural que não deve ser alterada, e a tranquilidade que reina ali deve ser preservada para as gerações futuras.
A temperatura da água do Blue Eye é uma das características que a tornam tão única e imersiva. Com cerca de 10 a 12°C, a água é extremamente fria, o que, por si só, já é um fator desestimulante para qualquer tentativa de nado ou mergulho. Além disso, a profundidade do Blue Eye ainda não foi completamente mapeada, mas estima-se que o fundo pode chegar a 50 metros ou mais, e isso só aumenta a força das correntes que se formam no local. As águas borbulham intensamente, criando um espetáculo visual, mas também uma correnteza traiçoeira, visível de qualquer ângulo. A correnteza pode ser forte, o que torna a região ainda mais perigosa para quem tenta se aventurar.
Apesar de ser tentador se jogar naquele azul irresistível, o melhor mesmo é simplesmente admirar a paisagem. O que o Blue Eye oferece é uma conexão com a natureza em seu estado mais puro, e, de certa forma, isso também torna a experiência ainda mais especial. O que vemos ali — a água clara e as cores do fundo, o mistério da nascente — é suficiente para deixar qualquer um sem palavras.
E é nesse cenário deslumbrante que você pode caminhar ao redor, atravessar pequenas pontes sobre o rio que nasce ali e, com um pouco de sorte, sentir a energia do lugar, que parece emanar tranquilidade e força ao mesmo tempo.
É importante observar que o Blue Eye não é apenas um ponto turístico pela sua beleza visual, mas também uma área que exige respeito devido à sua ecologia única. Por isso, a proibição de nadar ali, além de preservar a clareza das águas, também protege a vida aquática local, incluindo esses peixes nativos, que dependem da qualidade da água para sobreviver.
Esse equilíbrio entre beleza natural e conservação torna o Blue Eye ainda mais fascinante para os visitantes que podem, ao admirar suas águas, também pensar na importância de manter a integridade dos ecossistemas ao redor.


O Castelo no Topo: história e uma vista de tirar o fôlego
No fim do nosso dia em Sarandë, decidimos estender a experiência e pedir ao taxista para nos levar ao castelo que se ergue no topo da montanha. O castelo de Lekursi, como é conhecido, oferece não apenas uma vista espetacular da cidade e do mar Jônico, mas também uma carga histórica que merece ser explorada.
Construído no século XVI, durante o reinado do sultão otomano Suleiman, o Magnífico, o castelo foi projetado estrategicamente para proteger a região de possíveis invasões, pois sua localização no topo da montanha proporcionava uma visão privilegiada de toda a área. O nome "Lekursi" vem de Leka, um príncipe local, que usava o castelo como um ponto de observação e defesa. Ao longo dos séculos, o castelo teve diferentes funções, desde fortificação militar até ser usado como ponto de vigilância e resistência, especialmente durante a época das invasões e dos conflitos com o Império Otomano.
Hoje, o castelo de Lekursi, embora parcialmente restaurado, ainda preserva suas antigas paredes de pedra, que falam silenciosamente sobre a luta e a resistência dos povos da região. Ao caminhar pelas muralhas, você consegue sentir o peso da história e imaginar os guardas que, séculos atrás, vigiavam os horizontes em busca de inimigos.
O mais impressionante, no entanto, é a vista que se tem de lá de cima. De um lado, você tem Sarandë, com suas casas brancas e azul-turquesa se espalhando até a costa. Do outro, o mar Jônico se estende à sua frente, com o horizonte se misturando ao céu, criando um cenário que parece tirado de um filme. Além de ser um ponto turístico histórico, o castelo também oferece uma pausa para a mente, uma oportunidade de refletir sobre o passado enquanto absorve a tranquilidade do presente.
Se a vista deslumbrante já seria motivo suficiente para a visita, a energia do lugar é o que realmente marca a experiência. Caminhar pelas antique walls, (as paredes antigas), e sentir o vento que sopra do alto da montanha, é um convite a se conectar com a história e a cultura local. No topo, há um restaurante que permite que você se sente, tome um café ou uma bebida, e simplesmente aprecie a paisagem, absorvendo o que a região tem de melhor.
Visitar o castelo de Lekursi é, sem dúvida, uma experiência que vai além da vista. Ele é um testemunho da história de Sarandë, das batalhas e das mudanças que moldaram essa cidade à beira do mar. E, para quem está de passagem, é a chance de fechar o dia com chave de ouro, com uma lembrança que ficará marcada para sempre.


Butrint: um mergulho silencioso na história
Embora eu mesma não tenha visitado Butrint durante minha escala em Sarandë, essa é, sem dúvida, uma das excursões mais populares entre os passageiros de cruzeiros — até mais do que o Blue Eye. O motivo? A combinação de importância histórica, cenário natural e facilidade de acesso.
Localizada a cerca de 18 km ao sul de Sarandë, Butrint pode ser alcançada em aproximadamente 30 minutos de carro. O caminho é tranquilo, margeando áreas de vegetação densa e passando próximo à Lagoa de Butrint, que já antecipa o tom de beleza serena que define o lugar.
O que é Butrint?
Trata-se de uma antiga cidade habitada por milênios, com vestígios que remontam ao período helenístico, passando pelos romanos, bizantinos e venezianos. É Patrimônio Mundial da UNESCO, e caminhar por suas ruínas é caminhar por séculos de história sobrepostos.
O que esperar da visita
O sítio arqueológico é extenso e bem organizado, ideal para ser explorado em uma manhã ou tarde com tempo. Entre os destaques:
Teatro grego-romano com vista para a lagoa.
Basílicas antigas, termas e ruínas bem preservadas.
Portões de entrada imponentes, como o famoso Portão do Leão.
Uma fortaleza veneziana no alto do parque, onde funciona um pequeno museu arqueológico.
O local é arborizado e agradável para caminhadas, com placas informativas em inglês que ajudam a entender o contexto histórico de cada estrutura. A entrada é paga, mas o valor costuma ser acessível.
Por que tantos escolhem esse passeio
Para muitos passageiros, Butrint é uma oportunidade de visitar um sítio arqueológico grandioso sem sair muito da rota do navio. É uma excursão cultural, sem grandes deslocamentos, que agrada tanto aos mais curiosos por história quanto aos que buscam cenários fotogênicos e tranquilos.
Mesmo sem ter ido, só pelas conversas que ouvi a bordo e pelas reações dos colegas que fizeram o passeio, ficou claro o impacto que esse lugar causa — e, numa próxima escala, é um destino que eu certamente consideraria.


Praias de Sarandë: onde o mar albanês brilha em tons de azul
Apesar de Sarandë ser mais conhecida entre os cruzeiristas pelo acesso ao Blue Eye ou às ruínas de Butrint, a cidade também é dona de um litoral que merece ser explorado. As praias por aqui têm aquele charme simples do Mediterrâneo (ou melhor, do Mar Jônico), com águas transparentes e tons azulados que variam conforme a luz do dia.
A mais popular entre os visitantes é Mirror Beach (Pasqyra Beach) — e com razão. A água é cristalina, as formações rochosas ao redor criam um cenário fotogênico, e a estrutura no verão costuma atender bem aos turistas, com bares de praia e espreguiçadeiras para alugar. O nome “Espelho” não é à toa: nos dias de mar calmo, o reflexo é realmente impressionante.
Como chegar: Mirror Beach está localizada a cerca de 9 km do centro de Sarandë, o que a torna acessível para quem chega de navio e tem algumas horas disponíveis. A estrada que leva até lá é sinuosa e um pouco estreita, então o ideal é ir de táxi, transporte particular ou excursão contratada. O trajeto de carro leva entre 20 a 25 minutos, dependendo do trânsito — e pode ser mais demorado em dias com muitos navios no porto.
Se você quiser algo mais próximo, a praia urbana de Sarandë também tem seu valor. Dá para ir a pé a partir do porto (menos de 10 minutos de caminhada), e mesmo sendo mais movimentada e com menos charme, é uma boa opção para um mergulho rápido ou um descanso à beira-mar. Há vários cafés e restaurantes no calçadão, o que faz dessa área um bom lugar para observar o movimento da cidade enquanto se aproveita a brisa.


Ksamil: O Vilarejo Que Merece a Sua Visita
Embora eu não tenha dado preferência às praias durante minhas passagens por Sarandë, um vilarejo que ficou na minha mente — e que eu gostaria muito de ter explorado — foi Ksamil. Ouvi falar bastante dele, tanto por passageiros quanto por locais, e as imagens que vi só confirmaram o que diziam: um pedacinho de paraíso albanês à beira do Mar Jônico. Fica aqui a dica para quem tiver a oportunidade de desembarcar nesse porto com um pouco mais de tempo.
Ksamil está localizado a apenas 18 km ao sul de Sarandë, e o trajeto de carro costuma levar cerca de 30 a 35 minutos. É uma região famosa por suas praias de águas rasas e azuis, com pequenas ilhas que podem ser acessadas a nado ou em passeios curtos de barco. O visual lembra muito destinos mais caros do Mediterrâneo, mas com preços muito mais acessíveis — tanto para comer, quanto para alugar uma espreguiçadeira ou contratar um motorista.
Se você viaja de cruzeiro, considere conversar com um motorista local logo ao desembarcar. Combine o trajeto, os horários e os pontos de parada com clareza. Muitos já estão acostumados a atender turistas de navio e oferecem pacotes que incluem Ksamil e outras atrações nos arredores. E, se puder, evite os meses de alta temporada (julho e agosto), quando o vilarejo costuma ficar bastante cheio.
Mesmo sem ter conhecido Ksamil pessoalmente, minha curiosidade ficou — e, honestamente, se um dia eu voltar a Sarandë, é pra lá que vou primeiro. Fica como sugestão para quem quiser aproveitar ao máximo essa escala surpreendente no sul da Albânia.
O Clima de Sarandë: Uma brisa estilo Mediterrâneo
Sarandë, situada na costa sul da Albânia, goza de um clima mediterrânico que torna a cidade um destino agradável durante boa parte do ano. No verão, a cidade se torna quente e ensolarada, com temperaturas que frequentemente alcançam os 30°C. A brisa suave do mar Jônico ameniza o calor, tornando os dias de calor ainda mais agradáveis, especialmente para quem procura aproveitar a praia ou um passeio à beira-mar. À noite, a temperatura tende a cair, oferecendo um clima mais fresco, ideal para um jantar ao ar livre ou um passeio pela cidade.
Durante a primavera e o outono, as temperaturas em Sarandë são mais amenas, variando entre 15°C e 25°C, o que torna essas estações perfeitas para explorar a cidade com mais tranquilidade, longe das multidões do verão. A temperatura da água do mar também é bem convidativa durante essas épocas, o que permite aproveitar a região tanto para atividades turísticas quanto para relaxar à beira da praia.
O Clima no Blue Eye: O Refúgio Natural nas Montanhas
No Blue Eye, o clima é um pouco diferente, já que ele está localizado nas montanhas, a cerca de 22 km de Sarandë. O ambiente ao redor da nascente é mais fresco e a temperatura é bem mais baixa do que na cidade. Nos meses de verão, é possível que as temperaturas na região do Blue Eye não ultrapassem os 25°C, o que torna a visita bem mais confortável, principalmente para quem pretende caminhar e explorar o parque.


Segurança, custo e impressões finais: Sarandë merece seu lugar no mapa
Durante toda a minha passagem por Sarandë, em nenhum momento me senti em perigo. A cidade transmite uma sensação de tranquilidade, com movimento turístico saudável e um ritmo acolhedor. Como em qualquer outro destino — principalmente quando se vai para áreas mais afastadas ou menos movimentadas —, o bom senso e as regras básicas de segurança valem sempre: não ostentar objetos de valor, ficar atento aos horários e negociar tudo com clareza antes de sair para o passeio.
Falando nisso, eu sempre reforço o uso de táxis oficiais ou agendados com antecedência. E, aqui, embora eu tenha usado táxi como em outras escalas, foi uma exceção no melhor sentido possível: tivemos a sorte de contar com um motorista profissional, gentil e dedicado, que fez toda a diferença na experiência. Ele nos levou ao Blue Eye, ao castelo, percorreu o centro da cidade e ficou conosco o tempo todo, ajustando o ritmo e os tempos conforme nossa vontade.
O valor? Um total de 60 dólares pelo passeio completo para nós quatro. Mas, pela qualidade do atendimento e atenção que ele nos deu, decidimos dar 100 dólares — o que deu 25 por pessoa, uma verdadeira bagatela considerando o quanto aproveitamos do porto, sem correria, com conforto e liberdade total.
Sarandë também se destaca por ser um destino acessível. Mais barato que muitos outros portos e cidades ao redor, é o tipo de escala que permite explorar bastante sem pesar no bolso. E, num lugar tão simples e genuíno como esse, se você puder contribuir com a economia local, faça isso. Seja comprando um imã na lojinha de família ou deixando uma gorjeta para o guia ou motorista — esses pequenos gestos fazem diferença e são bem recebidos.
Sarandë merece se tornar um destino popular. A cidade está em evolução e tem muito a oferecer ao turismo de cruzeiro: natureza intocada, história, autenticidade e um povo receptivo.
E assim chegamos ao fim da nossa parada por Sarandë. Se eu voltasse ali mais e mais vezes, sempre desembarcaria nesse porto. Vale a pena!
Se o seu navio estiver programado para parar aqui, não pense duas vezes: desça, explore e deixe-se surpreender. Sarandë vai ganhar um espaço no seu coração.
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Navegar é viver — e viver pra viajar é a melhor forma de viver.
Este é o diário de uma ex-purser que ainda escreve como se estivesse no mar.
Compartilho experiências, não verdades absolutas — cada porto é único pra cada viajante.
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