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Chegar a Muscat em um Cruzeiro: Impressões de um Primeiro Encontro
Chegar a Muscat a bordo de um navio é como abrir, sem pressa, as páginas de um livro antigo — cheio de histórias, aromas e silêncios. Neste relato pessoal, compartilho minhas impressões sobre essa escala inesquecível no Sultanato de Omã: do desembarque organizado no porto Sultan Qaboos às caminhadas sem rumo pelo souq de Mutrah, passando por shawarmas memoráveis, tapeçarias encantadoras e a serenidade à beira-mar. Uma crônica sensorial para quem quer saber o que realmente esperar de Muscat em um dia de cruzeiro — além dos guias turísticos e dos roteiros prontos. .
ORIENTE MÉDIOOMÃMUSCATOCEANO ÍNDICO
The Roaming Purser
2/27/202514 min read


Muscat, capital do Sultanato de Omã, é uma daquelas cidades que parecem sussurrar ao invés de gritar. Escondida entre as montanhas áridas e o Golfo de Omã, ela combina tradição e natureza de um jeito que poucos lugares conseguem. Ao contrário de outras capitais do Golfo que apostaram na modernidade vertiginosa, Muscat escolheu preservar suas raízes — e talvez por isso mesmo tenha ganhado tanto charme.
Essa autenticidade, aliada à segurança, à boa infraestrutura e ao clima ensolarado durante grande parte do ano, tem feito de Muscat uma escala cada vez mais valorizada nas rotas dos cruzeiros que cruzam o Oriente Médio.
A Chegada: Quando a Cidade Aparece no Horizonte
Poucas cidades revelam tanto sobre um país logo à primeira vista quanto Muscat. O contraste entre o mar, as montanhas e a arquitetura branca de traços tradicionais já surge no horizonte quando o navio se aproxima do porto Sultan Qaboos. Tudo parece milimetricamente calmo, como se a cidade quisesse se mostrar e se esconder ao mesmo tempo.
Entre o mar e as montanhas, ela se estendia com uma suavidade quase cerimonial. As construções brancas, baixas, alinhadas sob o céu limpo, pareciam querer preservar algo — talvez o tempo, talvez a memória. Era um cenário que não precisava de adornos. E essa sobriedade, já naquela primeira visão, me cativou.
O porto em si é tranquilo, limpo, sem tumultos. O desembarque acontece em ordem, com a mesma calma que parece reger a cidade inteira. É necessário tomar um shuttle do cais até o portão principal — não se pode simplesmente caminhar para fora, e isso, curiosamente, ajuda a moldar a experiência. No caminho curto, pela janela, começamos a ver o perfil da cidade: pequenas mesquitas de cúpula arredondada, palmeiras dispersas, prédios claros que se mantêm discretos diante da imponência natural ao redor.


Do Porto ao Centro: O Que Esperar
A saída do porto é sempre um ponto de atenção para quem trabalha a bordo. Em Muscat, a segurança é levada a sério, mas sem alarde. Há presença constante de policiais, barreiras discretas e controle de acesso bem marcado — não intimida, mas deixa claro que há vigilância. A cidade passa uma sensação geral de estabilidade, quase de intocabilidade. Em todos os momentos, senti que estávamos em um lugar seguro.
Conectividade e Expectativas Urbanas
Muscat não é uma cidade tecnológica no sentido que se espera de outros centros do Golfo. Não há Wi-Fi público gratuito espalhado pelas ruas, e a conectividade depende muito do local onde você está. Em cafés e alguns estabelecimentos maiores, sim, é possível encontrar rede disponível — mas a regra é outra: aqui, o mundo digital dá lugar ao sensorial.
Enquanto em outras escalas portuárias os passageiros e tripulantes correm para se reconectar com o mundo, Muscat parece pedir o contrário: que você se desconecte um pouco. Que caminhe sem mapas, que escute mais do que poste. Que toque os objetos antes de fotografá-los. Eu me vi fazendo exatamente isso — deixando o telefone na bolsa, prestando atenção nas cores, nos sons, no cheiro de cardamomo vindo de uma lojinha escondida.
A cidade é limpa, as calçadas são razoavelmente bem cuidadas, e o trânsito é respeitoso. Não há aquela sensação de pressa. Nem de bagunça. E isso, para quem vive entre portos e horários rígidos, é quase um alívio.


Mutrah: O Coração Vivo de Muscat
Mutrah é onde tudo começa. E foi pra lá que fui assim que deixei o porto. Sem planos, sem pressa, apenas com a disposição de caminhar. E caminhei muito. Pelas ruas estreitas, cheias de pequenas lojas, sons abafados e a constante presença do incenso queimando, que parece se infiltrar nas roupas, no cabelo, nos poros.
O souq — o mercado tradicional — é uma experiência sensorial. Um emaranhado de tendas e corredores que se cruzam e confundem, mas que acolhem. Há prata, há tapeçarias, há especiarias, há madeira esculpida, há perfumes artesanais. Tudo ali parece ter sido feito para durar. Para contar histórias.


Tapeçarias, Contrastes e Caminhos Estreitos
Enquanto você anda por Mutrah, percebe algo muito claro: Muscat não tenta ser Dubai. Aqui, não espere vitrines brilhantes ou luxo aparente. A riqueza da cidade está em outro lugar — nos detalhes. Na madeira das portas entalhadas, nas fachadas discretas, nas placas escritas em árabe e inglês que indicam o caminho com humildade.
A tapeçaria, em especial, chama atenção. Tapetes finos como seda, bordados com padrões tradicionais, pendurados nas lojas como bandeiras silenciosas. É impossível não desejar levar um com você. Não pelo valor, mas pelo que representam: um pedaço tangível da alma da cidade.


O Gosto da Rua: Shawarma e Memória
Em meio à caminhada, veio a fome. Uma fome boa, de quem está absorvendo tudo ao redor. E foi ali, numa esquina, que encontrei o que eu nem sabia que procurava: uma barraquinha simples, com cheiro de carne grelhando e pão assado. Pedi um shawarma, sem pensar duas vezes.
Não era só o sabor — que era incrível. Era o momento. O pão quente e fino, ligeiramente crocante nas bordas, envolvia o frango macio e temperado com aquele mix de especiarias que só o Oriente Médio domina. Havia molho de alho, um leve toque de pimenta, e a sensação de estar exatamente onde eu devia estar.
Eu adoro essa comida de rua. Sempre amei. Ela fala muito mais sobre um lugar do que qualquer restaurante elegante. É o cotidiano que alimenta a alma da cidade. E ali, em Muscat, aquele shawarma me disse tudo que eu precisava ouvir.


Um Lugar de Contrastes Silenciosos
Muscat é feita de contrastes — mas não os óbvios. Não espere luxo caminhando por suas ruas estreitas. O que você encontra ali é outro tipo de riqueza: o cuidado nos detalhes simples, a tradição viva nos muros baixos, o silêncio que envolve até mesmo as áreas mais movimentadas.
É uma cidade onde a espiritualidade está no ar, mas não imposta. Onde o chamado à oração ecoa entre os becos e se mistura aos sons do dia. Onde o antigo convive com o novo sem conflito.
A Corniche, com seu calçadão à beira-mar, oferece uma espécie de respiro. De um lado, o mar claro e tranquilo. Do outro, as montanhas que parecem proteger a cidade como sentinelas silenciosas. O vai e vem das pessoas é lento. Há algo de contemplativo ali — e eu, que costumo me mover com o ritmo do navio, aceitei sem resistência o convite a desacelerar.


As Praias Mais Procuradas de Muscat: O Que Você Precisa Saber Antes de Ir
Durante as escalas em Muscat, muita gente se encanta com a ideia de conhecer o mar de Omã — e com razão. Embora o foco principal da cidade esteja nos mercados, na arquitetura e na atmosfera tradicional, há quem prefira trocar o centro por algumas horas de praia. Como ex-purser, acompanhei de perto a logística dessas saídas, e posso dizer com segurança: se você está pensando em aproveitar o litoral, vale se informar bem antes de decidir se vai por conta própria ou com excursão.
Qurum Beach – A Praia Urbana Mais Acessível (Aprox. 20 a 25 minutos do porto)
Qurum Beach é, sem dúvida, a mais simples de visitar. Localizada a cerca de 10 a 12 km do porto Sultan Qaboos, o trajeto de táxi leva entre 20 e 25 minutos, dependendo do trânsito.
É uma praia urbana, com um calçadão longo, cafés nas redondezas e uma faixa larga de areia dourada. O mar aqui é calmo, ideal para caminhar na beira ou simplesmente relaxar olhando o horizonte. Não há estrutura turística típica — nada de espreguiçadeiras ou quiosques. Mas justamente por isso, muitos passageiros apreciam a autenticidade do lugar.
Para quem gosta de combinar praia com uma experiência mais local, vale explorar o Qurum Natural Park, que fica nas proximidades. É um parque bem cuidado, com jardins, trilhas e até pequenos lagos artificiais. Tudo muito tranquilo.
Ir por conta própria é totalmente possível para essa praia, mas lembre-se de combinar ida e volta com o mesmo motorista. A região não é servida por transporte por aplicativo, e os táxis nem sempre estão disponíveis facilmente na hora de voltar.
Al Bustan – Enseada Entre Montanhas (Aprox. 25 a 30 minutos do porto)
Localizada a cerca de 15 km do porto, Al Bustan Beach é mais isolada e, por isso, frequentemente incluída em excursões organizadas. O caminho até lá já vale pela paisagem — uma estrada que serpenteia entre montanhas e pequenas vilas costeiras, revelando um outro lado de Muscat.
A praia fica perto do famoso Al Bustan Palace Hotel, mas o acesso é público. A enseada é bonita, tranquila, e cercada por montanhas rochosas que criam um efeito de refúgio natural. Muitos passageiros voltam com a sensação de terem “descoberto” um canto escondido da cidade.
Aqui, o deslocamento por conta própria é possível, mas não muito prático. É difícil encontrar táxis de volta na região, e o acesso exige um pouco mais de orientação. Por isso, para essa praia, a excursão organizada costuma ser a escolha mais segura e confortável — principalmente se você está com o tempo contado.
Al Qantab – Um Cenário Quase Selvagem (Aprox. 30 a 35 minutos do porto)
Al Qantab é talvez a mais pitoresca entre as praias populares de Muscat. Fica a cerca de 18 km do porto, e o trajeto leva em torno de 30 a 35 minutos. A estrada passa por regiões montanhosas e desce até uma pequena vila de pescadores, onde está essa enseada escondida, cercada por rochas altas.
O lugar tem uma beleza crua, quase primitiva — barcos de pesca flutuando, um silêncio absoluto e pouca presença urbana. Não há estrutura turística, então o ideal é ir preparado, com água e o que precisar. Como purser, acompanhei grupos de passageiros indo para lá em vans fechadas, sempre com horários de retorno bem definidos.
Ir por conta própria é arriscado: o acesso pode ser confuso e, mais uma vez, os táxis para o retorno quase não existem na área. Essa é, definitivamente, uma praia para visitar com excursão organizada.
Excursão ou Independente: O Que Vale Mais a Pena?
Para quem está em uma escala de cruzeiro, o tempo é limitado e não dá para correr riscos com deslocamentos longos ou retorno incerto. Por isso, minha sugestão é clara: se o plano for visitar Al Bustan ou Al Qantab, vá com excursão oficial ou motorista contratado para ida e volta.
Já para Qurum Beach, passageiros mais independentes podem sim ir por conta, desde que estejam atentos ao relógio e combinem tudo com antecedência.
Lembrando: o porto de Muscat não permite saída direta a pé. É necessário usar o shuttle oficial do navio até o portão principal. De lá, táxis costumam esperar, mas os valores devem ser negociados na hora — e não há taxímetro.


De Souvenirs a Silêncios: Quanto Vale um Dia em Muscat?
Muscat é um daqueles lugares em que o valor da experiência não se mede apenas em rials — mas saber o que se gasta em terra é essencial para quem tem poucas horas fora do navio. A cidade não é cara, nem excessivamente turística, e talvez por isso surpreenda: o simples aqui tem preço justo e, muitas vezes, sabor inesquecível.
Transporte: Do Porto ao Primeiro Olhar
Táxis são a principal opção de transporte fora do shuttle. Eles não usam taxímetro — é tudo negociado na conversa, e os preços podem variar dependendo do humor do motorista e da sua disposição para barganhar.
Nem tudo cabe na mala — ou no tempo curto da escala. Mas é difícil sair dali sem pelo menos um pedaço do mercado nas mãos. Eu mesma trouxe um pequeno pingente em prata e fiquei com vontade de muito mais. Especialmente das tapeçarias — uma mais linda que a outra, com padrões que contam histórias que a gente nem precisa entender pra sentir.


Cúpulas Que Sussurram Tradição: As Mesquitas de Muscat Além da Grandeza
A Grande Mesquita do Sultão Qaboos é, sem dúvida, o cartão-postal mais imponente da capital. Mas Muscat guarda, quase em silêncio, uma constelação de mesquitas menores, espalhadas entre bairros residenciais, mercados e praças discretas. É fácil passar por elas sem perceber — e justamente por isso, vale o olhar atento.
Em uma cidade que valoriza o essencial, essas mesquitas não chamam a atenção pela opulência, mas pela forma como se integram ao cotidiano. Suas cúpulas baixas, tons claros e minaretes esguios pontuam a paisagem como lembretes sutis de um tempo cíclico, marcado pelo chamado à oração.
Ao caminhar por Mutrah, por exemplo, entre uma loja de especiarias e um café antigo, me deparei com uma pequena mesquita de fachada azul-clara. O chão de mármore simples, a porta sempre entreaberta, o som do Qur'an ecoando lá de dentro... não era um ponto turístico, era um abrigo. Um espaço vivo, sagrado, discreto.
Essas mesquitas menores não estão nos roteiros de excursão, mas fazem parte da alma de Muscat. Elas estão em bairros como Ruwi, Qurum, Al Khuwair — às vezes escondidas entre becos, outras erguidas em praças abertas, sempre orientadas para Meca, como se toda a cidade respirasse no mesmo ritmo.
Se você tiver tempo e respeito, vale observar de longe, com calma. Algumas delas, dependendo da hora, abrem as portas para visitantes discretos — especialmente se estiverem fora dos horários de oração. O uso de roupas adequadas e o silêncio são essenciais. Lembre-se: mais do que arquitetura, esses lugares são função — e fé.
Não há uma lista a cumprir. Não há um “top 5” de mesquitas em Muscat. Há apenas o convite para olhar ao redor e ver como o sagrado ali é parte do todo.
E talvez seja isso que torna Muscat tão singular: ela não grita para ser notada. Ela simplesmente é. E as mesquitas, espalhadas como pequenas joias de serenidade, sussurram isso o tempo todo.
Quando o Clima Também Diz “Bem-vindo”: Melhor Época para Visitar Muscat
Muscat tem um desses climas que marcam presença. Sol firme, céu limpo e uma luz que parece constante. Mas isso também quer dizer: prepare-se para o calor — ele é parte da paisagem tanto quanto as montanhas ou as mesquitas.
A capital de Omã vive sob um clima desértico, com temperaturas que podem ultrapassar os 45 °C nos meses mais quentes. E isso muda completamente a forma como se vive a cidade.
Alta Temporada: Novembro a Março
Essa é, sem dúvida, a melhor época para visitar Muscat — especialmente se você estiver em um cruzeiro. As temperaturas nessa janela ficam entre 22 °C e 30 °C durante o dia, com noites mais agradáveis e secas. O ar continua quente, claro, mas suportável. Caminhar pela Corniche, explorar o souq ou visitar a Grande Mesquita se torna muito mais viável (e prazeroso) com essa trégua climática.
Além disso, essa época coincide com a temporada alta dos cruzeiros no Golfo, então a infraestrutura turística — como shuttles, excursões e guias — está toda operando a pleno vapor.
Verão Intenso: Junho a Setembro
O verão em Muscat não é para iniciantes. As temperaturas passam facilmente dos 40 °C, e o ar seco pode ser exaustivo para quem não está acostumado. Muitos moradores se refugiam em ambientes fechados com ar-condicionado, e a cidade adota um ritmo ainda mais lento. Escalas de cruzeiro nessa época são mais raras — e mesmo quando acontecem, os passageiros costumam optar por excursões com veículos climatizados e visitas rápidas.
Meses de Transição: Abril, Maio e Outubro
Esses meses estão no meio do caminho. Ainda quentes, com dias que podem bater os 38 °C, mas com uma brisa leve que às vezes suaviza a experiência. Se a sua escala for nesse período, a dica é começar o passeio o mais cedo possível e manter sempre água à mão. Chapéu, óculos de sol e roupas leves são essenciais.
E a Chuva?
Quase inexistente. Quando chove em Muscat, é um acontecimento. Os poucos dias de chuva no ano ocorrem entre janeiro e março, e mesmo assim em forma de pancadas rápidas. Você pode contar com o céu azul quase sempre.
⚠️ Considerações de Segurança: Planejando Sua Viagem com Atenção
Muscat, capital de Omã, é conhecida por sua tranquilidade e segurança — e continua sendo uma das paradas mais encantadoras e respeitadas entre os itinerários de cruzeiros no Oriente Médio. No entanto, desde o final de 2023, tensões geopolíticas na região têm exigido atenção redobrada por parte das companhias marítimas.
O conflito entre Israel e Gaza, além das ações de grupos rebeldes no Mar Vermelho — como os ataques dos Houthis no sul da Península Arábica — têm provocado mudanças operacionais em várias rotas de cruzeiros, incluindo cancelamentos, desvios de trajeto ou reprogramações de escala.
Embora Muscat em si não esteja diretamente envolvida nos conflitos, as rotas que cruzam áreas próximas podem ser afetadas por questões de segurança. E é importante entender: mesmo que uma parada esteja prevista no itinerário, ela pode ser cancelada a qualquer momento — tudo com foco total na segurança do navio, dos tripulantes e, claro, dos passageiros a bordo.
E talvez seja justamente isso que mais me encanta no universo marítimo: a navegação tem seus imprevistos, sim, mas também é o modo de viagem mais controlado, seguro e eficiente em termos de gestão de risco. A bordo, há uma certeza reconfortante de que todas as decisões são tomadas com base na proteção e bem-estar de todos.
Se você estiver planejando um cruzeiro com escalas no Oriente Médio, vale acompanhar de perto as comunicações da sua companhia. E manter em mente que, mesmo com possíveis mudanças, a viagem sempre tem muito a oferecer — porque o encanto de descobrir o mundo pelo mar continua sendo incomparável.


E Assim Terminamos Nosso Encontro com Muscat
Chegamos ao fim da nossa breve travessia por Muscat. Uma cidade que, mesmo sem mostrar tudo de uma vez, deixa uma impressão que permanece. Embora eu não tenha tido tempo de aproveitar tudo o que esse destino oferece — e ele oferece muito —, nunca vou esquecer a energia silenciosa que emana de cada canto daqui.
Muscat é calma, organizada, respeitosa, acolhedora. E acima de tudo, segura. Uma cidade que respeita seus ritmos, que não grita para ser vista, mas que sabe ser sentida. Uma daquelas raras escalas em que o tempo parece desacelerar, mesmo quando o relógio do navio diz o contrário.
É claro que há muito mais do que eu pude explorar nesta visita — e mais ainda do que consegui contar aqui. O verdadeiro charme de Muscat talvez esteja justamente nesse contraste entre a cidade litorânea serena e o vasto deserto que a cerca. Imagino como deve ser incrível combinar essa escala marítima com uma viagem por terra, passando por oásis, montanhas e pequenos vilarejos onde a vida ainda pulsa no ritmo do sol.
Espero que este post tenha te dado um gostinho sincero do que esperar em uma escala de cruzeiro por Muscat — e que ele inspire você a explorar, a caminhar sem roteiro e a escutar o que essa cidade tem a dizer.
Obrigada por viajar comigo até aqui. E se um dia você passar por Omã, não esqueça: vale a pena dar uma espiada também no post sobre Salalah. Outro pedaço desse país surpreendente, com seu próprio tom, suas cores e seus silêncios.
Até a próxima!
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Navegar é viver — e viver pra viajar é a melhor forma de viver.
Este é o diário de uma ex-purser que ainda escreve como se estivesse no mar.
Compartilho experiências, não verdades absolutas — cada porto é único pra cada viajante.
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